A Guerra Fria da Bluegosfera [Adenda com esclarecimentos de Alexandre Burmester e LAeB]

Imbicto leitor,

Vou lançar as palavras daquele que poderá, eventualmente, ser o mais delicado e impactante artigo escrito até hoje, no Imbicto Poema. Desejo que se defina, de uma vez por todas, a posição de cada um sem medos, com nomes e sem complexos. Nós, portistas, é que ganhamos com isso, na tentativa de evitar descredibilizar um espaço extraordinário e plural como o é a Bluegosfera.

Confesso que começo a sentir-me preocupado e incomodado. Nos últimos tempos, tem-se vindo a evidenciar uma certa clivagem relativamente àquilo que caracterizou, desde sempre, a forma de estar do portista. Apesar de constantemente insatisfeito, a verdade é que sempre se opinou e criticou, mas num ambiente proporcionado pela estabilidade das decisões da SAD e do clube e que não deixavam dúvidas relativamente ao caminho. Incontornavelmente, o sucesso apareceu ano após ano. A forma de agir parecia imutável, até que um clube tradicionalmente habituado a outro tratamento reapareceu pelas mãos de um presidente que, independentemente (não no sentido de isentar, mas de isolar) das suas máculas, incoerências, filha-da-putices e parolices, trouxe estabilidade, equilíbrio no controlo dos poderes e dos aliados, no aproveitamento de três factores fundamentais: a imitação do modelo de gestão “pinto-da-costista“, a deterioração e falta de renovação daquele, devido a uma certa ilusão do piloto-automático de uma estrutura aparentemente inquebrável e a escolha criteriosa dos aliados, nomeadamente, aproveitando rupturas com o FC Porto.

É inegável. O FC Porto perdeu poder nas mais variadas instâncias e isso não se deve, isoladamente, a circunstâncias ora desportivas, ora estratégicas – deve-se a ambas.

Ora, este circunstancialismo, aliado a uma certa tendência a adivinhar o fim da era Pinto da Costa de forma factual e que vai para lá do esgotamento do modelo devido a imensas razões impossíveis de numerar uma a uma, até porque não se trata apenas da tentativa de transição feita pelo presidente portista, envolvendo Antero e o resto da SAD, mas também pela atmosfera futebolística interna e externa – nomeadamente o mercado e a competitividade interna.

É aqui que nos encontramos: num ponto de redefinição. É algo que preocupa as gentes do FC Porto, desde os dirigentes, passando pelos sócios e simpatizantes e terminando nos bloggers. Aliás, nós, bloggers, temos um papel desafiante e essencial na medida em que, a seguir às claques e ao comportamento dos sócios em escala que determinam decisões (quando votam), somos aqueles a quem compete fazer lobbying e divulgar o que está mais ou menos implícito, tornando-o explícito – para o bem e para o mal. E esta ferramenta com a qual se influencia, quer queiramos, quer não, a opinião de milhares de pessoas que nos visitam todos os dias, pode servir outros propósitos para lá da mera descontracção reflexiva, ou observância circunstancial. Pode ser uma arma que, usada com os dedos errados, leva a consequências graves.


Liberdade com liberdade se paga

Cada um de nós tem um estilo e uma posição. Não somos obrigados a ter um pensamento único. Mas assim como tenho a liberdade de fazê-lo e respeitar a opinião do outro, não me compete a mim a liberdade do outro quando ele decide aceitar quem quer que seja no seu espaço. Essa liberdade deve levar-nos a decidir se queremos, ou não, frequentá-lo. Da mesma forma como não podemos avaliar e exigir que pensem de uma determinada forma condizente com o nosso modo de ver – colocando-nos numa espécie de “point of reference” -, também temos de encontrar a sensibilidade suficiente para ignorar, ou acolher outra opinião.

Isto vem a propósito de três artigos essenciais que li, nos últimos dias, na Bluegosfera.

O primeiro vem do Reflexão Portista, o primeiro blogue que li relacionado com o FC Porto. Desde sempre, habituei-me a respeitar a opinião plural de quem nele escreve, com grande pormenor e com um alcance acima da média. Nos últimos tempos, chamou-me a atenção a ausência prolongada de José Correia – pessoa que mais gosto me dava ler no espaço e com as opiniões mais concretas e ponderadas (na minha perspectiva, claro); assim como me chamou a atenção uma certa agressividade com que Miguel Lourenço Pereira sempre tratou Lopetegui, desde a sua chegada, e de uma certa passividade da SAD. Mas isto faz parte do Miguel… é uma forma de estar, opinando, relacionada com uma perspectiva irreverente que demonstra despudoradamente e onde não tem problema em associar o seu nome a ideologias políticas concretas, à observação daquilo que, para ele, é – ou deveria ser – o FC Porto. Está no seu direito. E ninguém deve julgá-lo, cabendo ao leitor lê-lo, ou rejeitá-lo e deixar de por os pés no RP, onde não é o único que escreve. Porém, o que vi por parte do Reflexão Portista foi uma tentativa de imputar a outro blogue com bastante impacto na Bluegosfera (Porto Universal), uma posição radical na forma de ver e perspectivar o clube que é tão particular de cada um.

O Zelota, artigo do RP da responsabilidade de Alexandre Burmester, um conjunto de insinuações implícitas foi de encontro a uma presunção que tinha, devido ao ambiente pesado que se percebia no ar entre bloggers do FC Porto. A indirecta de partes a partes fez lembrar os anos 50 e 60, na Europa. A discordância opinativa começou a ganhar contornos de uma certa intolerância e, a partir daí, cada um saberá o que aconteceu nos bastidores e nas caixas de comentários que terão sido alvo de censura, um pouco por todo o lado.

A explicação do autor do RP não me convenceu. E o artigo de hoje da autoria de Jorge Vassalo assumiu uma certa revelação. Lê-se, em Vamos lá ver se nos entendemos, no Porto Universal:

“Não julguei que fosse necessário, mas sendo que sou visado num post na Bluegosfera, vou fazê-lo de uma forma clara e peremptória, mas, primeiro, vou deixar um esclarecimento.
Pese embora esse post não tivesse o meu nome, foi-mo enviado por mail pelo autor, antes ou imediatamente após a sua publicação. Vinha acompanhado de um texto demonstrando que eu era o visado.”

A isto, juntou-se um terceiro artigo, desta vez do Lápis Azul e Branco, no seu Do Porto com Amor, intitulado: No divã com o adepto portista – o guardião. Para mim, com todo o respeito e prazer que sempre tive ao ler alguns artigos do blogue em questão, pareceu-me de mau gosto. Uma provocação, também na onda do estilo implícito da parábola.

Em todos estes artigos, transparece um mal-estar evidente.
Não entendo onde se quer chegar com este tipo de tomadas de posição. Há um de dois caminhos: ou começamos a “chamar os bois pelos nomes“, ou paramos com esta tentativa de descredibilizar e secundarizar, colocando em causa o portismo de uns e de outros com afirmações cuja liberdade de expressão atacada é tão pertinente quanto a liberdade de expressão dita.
Sejamos adultos! Apontemos o que está mal, ou, simplesmente, ignoremos e deixemos de ir ao espaços com os quais estamos em clara ruptura – como eu já fiz e como todos nós já fizemos, um dia. Seja na vida, na política, ou no futebol.
O esclarecimento deve acontecer de forma objectiva e privada, evitando lançar a público este tipo de episódios que desprestigiam a condição de portista. Caso contrário, assumam-se posições divergentes, mas de forma explícita!
O Portismo – não o de cada um que pretende ser o maior, mas o de todos – agradece.
Não se pretende a lógica do pensamento único, mas também não é útil a lógica da verdade subjectiva.
Imbicto abraço!

ADENDA

A explicação do afastamento em relação às circunstâncias por parte do imbicto LAeB está feita abaixo, na primeira pessoa, na caixa de comentários. Fica feita a chamada de atenção, na eventualidade de existirem dúvidas sobre as intenções e posição do autor do blogue: Do Porto com Amor.
Fica também dada a explicação directa por parte do autor do artigo que despoletou esta “celeuma”,o imbicto Alexandre Burmester, do blogue Reflexão Portista, abaixo, na caixa de comentários, distanciando-se da intenção de ter como alvo do seu artigo o imbicto Jorge Vassalo, autor do blogue Porto Universal.

14 pensamentos sobre “A Guerra Fria da Bluegosfera [Adenda com esclarecimentos de Alexandre Burmester e LAeB]

  1. Caro imbicto

    Independentemente de gostar ou não do meu artigo, parece-me que me inclui num grupo ao qual não pertenço nem quero pertencer.

    E passo a explicar: o referido artigo é apenas a minha fraca tentativa de abordar um assunto que me parece quer relevante, quer interessante, e fi-lo num estilo caricatural, assumindo os riscos associados, desde a minha falta de preparação até à reação de quem não gostar do estilo ou simplesmente não entender o real conteúdo. Não me preocupa, quem tiver dúvidas que lá comente que eu tento esclarecer.

    Agora o que o artigo não foi nem é é um meio para atingir alguém em concreto, muito menos de forma anónima (sem” dar nomes aos bois”, como se diz). Não só não conheço ninguém com quem tenho trocado opiniões nos últimos 3 meses (tempo de vida do blogue), como se tivesse algo a dizer a alguém em concreto, faria por email e não num post. Não me interessa esse tipo de questiúnculas menores enão quero pertencer a facção nenhuma, não me permito sequer considerar entrar em conflito com quem quer que seja porque o meu único objectivo é ter prazer ao escrever (se influenciar alguém, é um efeito secundário; ainda que dele tenha consciência, não é por ele que escrevo ou deixo de escrever).

    De resto, o que me parece importante é que todos os portistas se possam expressar sem receios, excepto do justo reconhecimento que todos os outros farão daquilo que expressa. E mais, acho que a Bluegosfera está 2 passos à frente do clube, porque lá ainda muito boa gente julga que tem emprego para a vida.

    Um sincero abraço portista,

    LAeB
    http://doportocomamor.blogspot.pt/

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    1. Imbicto LAeB,

      Confesso que ao ler o artigo fiquei claramente com a impressão de que se trataria de uma provocação, uma vez mais, sem nome (não de quem escreve, mas a quem se dirige). Aliás, quanto ao facto de ter, ou não, um nick associado em nada me choca – muito pelo contrário. Se houver questões de direito, é fácil a quem do mesmo chegar até nós.

      O artigo do imbicto LAeB vem no seguimento de outros, sob a mesma forma, ou como comentário, de outras partes. Pareceu-me apenas demasiadamente coincidente com o momento e com episódios lamentáveis que têm sucedido e que acusam outros agentes da Bluegosfera de forma implícita , de certa forma, pretensamente superior. Isso, repudio, por todas as razões que invoco acima.

      Fica a explicação e o distanciamento em relação a essas atitudes, bem como a minha correcção. Mas terá de convir que, tendo o mesmo sendo escrito logo neste momento, não será difícil associar o conteúdo a ma crítica implícita… Daí ser sempre preferível ser mais concreto, pois corre-se o risco que eu também corro e correrei, em ser mal interpretado.

      Imbicto abraço!

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      1. Só vi a imbicta resposta ao meu comentário agora… o que me permite sugerir a leitura da mais recente consulta, que por muito fraquinha que possa ser enquanto escrita, me parece pelo menos responder à dúvida essencial: não é contra ninguém, apenas uma abordagem caricatural às diversas formas de viver o clube.

        No entanto, gostava mais uma vez de deixar claro que EU tenho aversão a qualquer tipo de censura, conforme julgo que o meu “nick” e a primeira consulta deixam bem claro.

        Um abraço portista,

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  2. “Eu visito e comento em blogs com opinões muitas vezes diferentes, num dia que não gostar desses blogs deixo de comentar, jamais irei insultar o autor ou tentar proibir que ele escrever, isso desculpe ,mas é atitude de doentes.
    Continuem o bom trabalho, vocês e todos portistas com blogs ,não se deixem intimidar e exprima-se á vontade por muito errado que seja o que escrevem..”
    Eu escrevi isto no post “Zelotas” do R.Portista e mantenho o que escrevi.
    Não fazia a mínima ideia que o texto era para o J.Vassalo, até porque não incluo o Jorge no perfil de Zelota. Como disse no comentário eu só leio e comento blogs que gosto, e leio os 3 referidos no seu texto, gosto de todos e já discordei de todos.
    Penso que muita gente está aproveitar este momento para fazer uma divisão demagógica que por exemplo da minha parte não existe. Isto não é os que gostam de pinto da costa contra os que não gostam,os que gostam de Lopetegui contra os que não gostam etc ..Na minha parte não é essa a questão, mas sim uma divisão entre: 1) os que elogiam, criticam e aceitam que os outros pensem diferente 2) os que elogiam, criticam ,mas não aceitam que os outros pensem diferente deles e por isso atacam com insultos, mentiras e depreciações ao portismo alheio. É contra isto que me insurjo , e me parece que o Lapis , R.Portista e muitos outros também. Penso que isto que há gente ainda não percebeu.
    Desde que não haja insultos, mentiras e difamações todas as opiniões são validas. Eu por exemplo já discordei várias vezes do J.Vassalo ,mas sempre fui respeitado por ele, sempre me tratou bem e por isso tenho em enorme conta.. É possivel discordar, sem obrigar os outros a pensar como nós, sem por em causa o seu portismo.
    Abraço

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    1. Imbicto Pedro,

      Subscrevo o comentário na íntegra. O objecto do artigo deixou-me dúvidas, agora confirmadas pelo Jorge Vassalo. Lamento que as coisas se tenham desenrolado desta forma e lamento mais ainda a maneira como tentaram convencer-me de que a convicção que tinha estava errada, quando, na realidade, estava certa.

      Paciência! Cada um com a sua razão. Apenas espero que, mesmo com razões diferentes, todos estejam em sintonia na vontade de fazer do FC Porto um clube melhor, com os defeitos e virtudes que todos os dias nos levam a escrever e a abdicar de tempo que muitos, por não ser o seu, consideram não ser tão precioso.

      Imbicto abraço!

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  3. Como já comentei, não lembro onde, o Porto pra mim é uma religião, um espaço propício ás emoções sem critério ou razão e tudo o que possa representar, assim, com este espírito, entro na bluegosfera aproveitando a possibilidade oferecida para continuar, emocionalmente, irracionalmente a escrever sobre o profundo amor que tenho a este clube, sem críticas e, quando necessário, mostrar alguma – não muito pronunciada – preocupação. É quando quiser criticar, julgar, apontar o dedo, sei ir ao local apropriado mostrar o meu desagrado e jamais, repito, jamais, me servirei destas páginas para discordar de politicas desportivas, financeiras, ou fazer ataques a dirigentes/funcionários do Futebol Clube do Porto. Sabem, tenho idade suficiente para saber a importancia da Internet no modus vivendi/faciendi da civilização e é suficientemente capaz de influenciar e mobilizar os inimigos deste clube. Disse.

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  4. Caro Imbicto,

    Devido a uma troca de emails com o Jorge Vassalo vi-me na posição de “suspeito”, ou “arguido”, ou que termo queiram usar, de tê-lo como alvo do meu artigo “O Zelota”.

    Já esclareci no blog Porto Universal que isso não passava de um equívoco. Nunca escrevi um artigo só que fosse tendo na mira algum membro da bluegosfera.

    Lamento que, pelos vistos, algumas pessoas tenham decidido assim interpretar o meu artigo, mas nada posso contra isso.

    O próprio Jorge Vassalo, com elegância, já aceitou a minha explicação no Porto Universal e, portanto, a minha “inocência”. Podem, pois, tirar-me a pulseira electrónica e preocuparem-se com coisas mais importantes.

    Um abraço

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    1. Imbicto Alexandre Burmester,

      Fica esclarecida a posição. Só agora tive conhecimento da resposta que deu no Porto Universal.
      Ninguém lhe colocou pulseira alguma. Este artigo tentava fazer isso mesmo: encontrar esclarecimentos e procurar pacificar, ou evidenciar que continua a haver “bom ambiente” na Bluegosfera. Ou então o seu contrário, mas assumindo-o.

      Agradeço-lhe o cuidado em ter vindo ao Imbicto Poema colocar tudo “em pratos limpos”. Espero que a passagem por cá não tenha sido isolada.

      Faço questão em colocar a referência ao comentário no título do artigo.
      Espero que este episódio sirva, pelo menos, para que haja uma desambiguação, ou um post scriptum, que nos ajude a perceber melhor o objecto passivo.

      Imbicto abraço!

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      1. Caro Imbicto,

        Agradeço a amabilidade do destaque.

        Certamente que a minha visita não foi caso isolado. Nunca fui assíduo leitor da bluegosfera, bem pelo contrário, mas há dois ou três blogs que me cativam a atenção e que visito de vez em quando, e este é um deles.

        Um abraço

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      2. Imbicto Alexandre Burmester,

        A casa é de todos! Agradeço a atenção e o cuidado!
        Assumidas as posições, nada mais me resta a não ser evidenciá-las – não vá algum típico leitor distraído ler tudo na diagonal.

        Imbicto abraço!

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  5. Só mais uma coisa, Imbicto,

    Diz que a minha explicação não o convenceu. A bem dizer, eu não tinha de dar explicações de nada a ninguém. Como disse ao Jorge Vassalo, e ele aceitou, só eu sei se tinha algum alvo particular em mente, e disse claramente que não tinha. A partir daí, quem quiser brincar às teorias conspiratórias e assim preencher os entediantes dias de Verão, está à vontade.

    Cumprimentos

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    1. Imbicto Alexandre Burmester,

      Não, não convenceu. E agravou-se com os ulteriores artigos, tanto do Porto Universal, quanto do Do Porto com Amor. Trata-se do contexto, das bocas nas caixas de comentários, dos comentários directos e indirectos associando o Jorge Vassalo a alvo d´O Zelota.

      Embora tenha tido o cuidado e a delicadeza em esclarecer-me, confesso que não me senti preenchido. Ainda assim, diz muito bem! Não deve explicações a quem quer que seja. Mas deu-mas a mim. E as que me deu, voluntariamente, na altura, deixaram-me dúvidas, pelo que acabei de explicar.

      Não se trata de teoria conspiratória. Aqui nunca o quis atacar. Ao Alexandre, ao Reflexão Portista, ou a outro qualquer. Quis apenas contribuir para que tudo se esclarecesse.

      Felizmente, o post surtiu resultado.
      Continuemos então a defender o FC Porto! Cada um à sua maneira, Sem brincadeiras, como diz, porque não tenho idade ou paciência para isso. E sem tédio, porque, por opção própria, é raro ter férias. É tudo uma questão de vontade, meu caro…

      Imbicto abraço!

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