Vamos falar a sério…

Imbicto leitor,

Este post do Imbicto Jorge Vassalo fez-me pensar…

Há limites, há tolerâncias, há verborreia, há desespero, há ridicularia, há precocidade, etc. Há de tudo um pouco. E, no meio de tudo isto, há adeptos. São os adeptos que fazem os clubes. São os adeptos filiados que votam e elegem direcções. São os adeptos filiados os responsáveis por questionar, ou não, documentos-chave como um qualquer relatório de contas. São ainda esses adeptos que resolvem filiar-se, o não. E não me arrisco a dizer que uns são mais do que outros, não só porque os que têm a arma do voto e da decisão não a usam (ou sabem usar), mas também porque não é por seres associado que gostas (ou gastas) mais, ou menos do (ou com) FC Porto.

O adepto é uma entidade curiosa. Há adeptos formalmente ligados ao clube através de quotas que são menos adeptos do que gente que paga nada. O que faz um adepto, afinal? Qual é a sua pertinência no envolvimento do clube? Qual é a sua importância? De que lhe serve um cartão? De que lhe serve a paixão, se não exerce – seja formalmente, ou construtivamente, num debate?

Muitas questões. Nenhuma resposta. E agora mais a sério: nenhuma racionalidade.

No meio de todas aquelas perguntas, vou fazer apenas três. Se não responderes aqui abaixo, responde para ti mesmo e pensa, antes de dizeres asneiras, pois é em asneira que se torna o acto de falar sem agir, ou sem pensar:

Se és adepto e achas que o clube está mal, porque é que não te filias e tornas parte da comunidade activa que decide e que propõe na primeira pessoa?

Se és sócio e se existem cerca de 125 mil ao todo, por que raio costumam estar cerca de 200 (0,2%!!!), em média, nas Assembleias Gerais?

Se desconfias, sentes-te alternativa e tens provas de “gestão danosa”, porque é que não crias uma lista concorrente?

Em Outubro de 2012, foi trinta (30), o número de sócios presentes numa Assembleia Geral, razão que motivou, inclusivamente, este pertinente artigo. Coincidentemente, ou não, o ano que se seguiria daria a conhecer uma das mais negras páginas de história do FC Porto. Coincidência, ou correlação?

vantagens socio fc porto

As redes sociais e as caixas de comentários do imediatismo/ comodismo humano enchem-se de raiva, de questões e de acefalia militante. Por favor, se queres ser parte da solução, participa nas devidas instâncias. Não te queiras tornar em relevante sem poder, ou em elemento afecto ao clube que não é, com razão – desculpa a franqueza – tomado em conta. Ninguém te obriga a participar, se não quiseres. Mas se tanto insistes em ter voz nos locais errados, ao gritar ao vento e ao mundo das vaidades digitais, lanço-te o desafio. Se não queres ter voz, amas o clube, mas não estás para (ou não podes) gastar dinheiro em quotas, deixa-te estar e ninguém te julgará por isso. Desfruta dos jogos e das silly seasons!

Também eu tenho dúvidas, mas espero. Julgamentos antecipados dão sempre mau resultado. Existem evidências em relação ao passivo do FC Porto, mas estamos no séc. XXI e não podemos ter “pau e bola”. Ou queremos ser competitivos com uma componente base de formação local aliada à experiência de jogadores com outra craveira, ou então assumamos que queremos fazer uma pausa da qual poderemos não mais voltar, tendo como objectivo equilibrar as contas, mas que poderá custar a perda do clube como instância competitiva e de influência. Os problemas são claros, estão identificados, mas aquilo a que temos assistido não é nenhuma sangria desesperada, mas antes uma tentativa de manter o FC Porto no topo europeu, ou nem daí haverá receita e cairemos num buraco do qual nunca mais sairemos.

Se és um destes que reclama por tudo e por nada – seja por dinheiros gastos, ou por contratações que nos farão descer à segunda -, deixa-te de merdas e fala a sério; leva-te a sério!

Imbicto abraço!


P.S.: As culpas poderão ser divididas, ainda assim. O clube tem, necessariamente, de investir mais e melhor na divulgação dos espaços onde os sócios têm lugar e voz na primeira pessoa! Certo é que o comportamento de uns não isenta o comportamento de outros

5 pensamentos sobre “Vamos falar a sério…

  1. «Os problemas são claros, estão identificados, mas aquilo a que temos assistido não é nenhuma sangria desesperada, mas antes uma tentativa de manter o FC Porto no topo europeu, ou nem daí haverá receita e cairemos num buraco do qual nunca mais sairemos.

    Se és um destes que reclama por tudo e por nada – seja por dinheiros gastos, ou por contratações que nos farão descer à segunda -, deixa-te de merdas e fala a sério; leva-te a sério!»

    Clap Clap Clap (Isto são palmas, caso não tenha sido clara a minha onomatopeia 😛 )!!

    Abraço portista!

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    1. Imbicto LAeB,

      Minha, a honra da referência! Dei uma olhadela na diagonal. Amanhã, com tempo, lerei com olhos bem abertos e responderei. É que os pontos em que tocas em relação às geografias são particularmente sensíveis e caros à minha pessoa 😉

      Imbicto abraço!

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